A reversão da queda nas vendas de veículos se consolidou ao longo de 2017 e deve ganhar força no próximo ano. Ao menos é esta a expectativa da Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil. “Devemos crescer ao ritmo de dois dígitos em 2018”, declarou Antonio Megale, presidente da entidade. Segundo o executivo, a organização ainda trabalha para desenhar as projeções, que serão anunciadas em breve.

Para embasar a perspectiva otimista, o dirigente cita a expectativa de crescimento do PIB de 2,5% a 3,5% em 2018. “A instabilidade política ainda não se resolveu e é algo que pode persistir por mais algum tempo, mas os negócios se descolaram destas questões nos últimos meses”, enumera. Megale percebe ainda espaço para a ampliação do acesso ao crédito, o que atrairia mais consumidores. “Os bancos ainda estão receosos. Apenas 52% das vendas são fechadas com contratos de financiamento”, o porcentual é bem mais baixo do que o registrado tradicionalmente, acima de 60%.

“Felizmente erramos para menos a nossa projeção para 2017”, aponta Megale, destacando que a Anfavea previa alta de 7,3% nos emplacamentos, para 2,2 milhões de veículos, entre leves e pesados. No começo do ano a expectativa da organização era ainda mais modesta, de alta de 4%. Agora a entidade entende que o resultado será maior, com crescimento da ordem de 9% na comparação com o ano passado.

“Em novembro a média diária de licenciamentos alcançou o maior patamar desde 2014, com mais de 10 mil emplacamentos/dia. No começo do ano este número era de pouco mais de 6 mil carros/dia”, conta. Nos 11 meses do ano o mercado brasileiro consumiu 2,02 milhões de veículos, com aumento de 9,8% sobre janeiro a novembro de 2016. A alta foi puxada pelo segmento de veículos leves, que cresceu 10,1% enquanto as vendas de caminhões caíram 0,5% e as de ônibus tiveram sutil evolução de 0,4%.

Os dados isolados de novembro indicam estabilidade na comparação com outubro, com discreta alta de 0,7%, para 204,2 mil veículos. O volume é, no entanto, 14,6% superior ao anotado em novembro de 2016.

Nos últimos momentos de vigência do Inovar-Auto, que restringe a importação de veículos, a participação no mercado nacional de carros produzidos em outros países alcançou o patamar mais baixo dos últimos anos, de apenas 10,8% ao longo do ano.

Fonte: Automotive Business

 

 

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